Rede; linhas e nós; cruzamentos e ligações.
Fala-se, desde há muito, em racionalizar a rede de ensino superior.
Reforçar uns nós e cortar outros; gastar menos ou distribuir por menos.
Fala-se, cada vez mais, em reduzir custos.
Fala-se pouco do uso que a rede tem.
Não se fala do uso que a rede pode ter, ou dos usos que queremos que a rede venha a ter.
Não se fala sobre a força ou a fraqueza dos diferentes nós, e sobre a qualidade das linhas.
Na verdade, a rede não é uma, mas várias.
Existe a rede de licenciaturas e mestrados, que de rede pouco tem, uma vez que quase só existem os nós - universidades e politécnicos - e poucas são as ligações entre eles; alguns professores; alguns cursos em comum. E podemos fragmentá-la noutras redes, mais finas: ensino universitário, ensino politécnico, ensino público, ensino privado. Mas esta rede, pouco rede, mexe, no entanto, com uma outra - a da ocupação do território, com cidades e estradas; algumas centenas de milhares de estudantes concentram-se nos nós de ensino; por vezes regressam à origem; outras vezes não.
Existe, também, a rede de investigação, em que grupos de diferentes nós, sobretudo de universidades públicas, colaboram entre si, criando conhecimento, desenvolvendo projetos, aprendendo. Esta rede não é nacional; faz parte de outra muito mais vasta, com muitas ligações à Europa, e para além dela.
Existe, ainda, a rede de cooperação com outras instituições, empresas, instituições públicas, associações. Usa-se o conhecimento, contribui-se para a formação, trabalha-se em conjunto. Aqui surgem muitos outros nós, para além das universidades e politécnicos, e uma grande variedade de ligações, locais, regionais, nacionais.
Mexer apenas num nó é mexer em todas estas redes. É possível; é desejável; é inevitável. Desde logo convém saber o que se quer; requisito que poderá parecer trivial, mas que na realidade não é: diferentes pessoas querem diferentes países, ainda que tenham todos o mesmo nome. E é preciso, também, compreender todas estas dimensões.
Tema a continuar.
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