O caso BES mostra bem porque há uma generalizada falta de confiança, que atinge políticos, economistas, empresários, dirigentes, comentadores, jornalistas. Um apanhado de duas ou três semanas de declarações sobre o BES seria bem elucidativo. E daria qualquer coisa como isto:
Os problemas do setor não financeiro do grupo não contaminarão o Banco.
O BES não é o GES.
O Banco é muito sólido.
Mesmo que o Banco venha a ter problemas há um almofada suficiente.
Não afetará os outros bancos nem a economia.
Não será necessário o Estado intervir.
O Estado acompanha com atenção este problema privado.
Há ligações entre o BES e empresas do GES que não se conheciam.
Terá que existir uma recapitalização.
Existirão efeitos na economia.
Espera-se que a economia seja resiliente a mais esta adversidade.
Há investidores interessados no BES.
Os prejuízos são muito superiores ao previsto.
Suspendam-se as transações do BES.
O Estado vai entrar no Banco.
Há o que não se sabe.
Há o que se julga saber.
Há o que se sabe e não se diz.
E há a realidade.
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