O Ensino Superior é a nova arma de arremesso no arsenal político, da esquerda à direita.
O Primeiro-Ministro, António Costa, aponta os resultados do concurso nacional de acesso ao ensino superior, em que se verificaram este ano mais candidatos e mais colocados, como exemplo da "morte do modelo de desenvolvimento da direita". Sim, houve mais candidatos em 2016. Sim, houve mais colocados em 2016. Mas o crescimento já se verificou quer em 2014 e em 2015. E, nestes três anos, aquele em que se verificou o maior aumento foi mesmo em 2015, sob um "governo de direita" em plena fase pré-eleitoral. Só faltou dizer que os candidatos anteciparam os resultados eleitorais, a solução governativa desenhada posteriormente e o novo modelo de desenvolvimento.
Mas também a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, reclama 50 milhões para as universidades e politécnicos, para fazer face à redução do horário de trabalho de 40 para 35 horas. Como diz!? Talvez se tenha enganado e se quisesse referir, não ao efeito da redução do horário de trabalho nas despesas com pessoal, que só aconteceria por via de novas contratações, mas ao efeito da reposição dos cortes salariais, com o correspondente aumento de encargos face ao ano anterior. A reposição daqueles cortes que, à data do Governo que integrou, eram temporários, pelo menos para Tribunal Constitucional ver.
Mais do que desconhecimento, estas afirmações revelam a pouca consideração que o Ensino Superior merece. Porque todos sabemos que, na batalha, ninguém quer saber o que acontece à pedra que se arremessa; apenas interessa saber se atingiu o alvo.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário