"Na qualidade de sócio do Sporting Clube de Braga, mas também enquanto Presidente de todos os portugueses (...)".
Começa assim uma mensagem do Presidente da República, colocada na página oficial da Presidência da República. Primeiro sócio. Mas também Presidente.
E continua o Sócio-Presidente, apelando "aos sócios, adeptos e simpatizantes Bracarenses e não só, para que aceitem o desafio de encher amanhã, sexta-feira, o Estádio Municipal de Braga, no jogo frente ao Vitória de Setúbal.".
Um apelo para uma das muitas iniciativas solidárias que decorrem, diariamente, no País. Para uma única. Escolhida a dedo. Ligada ao futebol. Colocando o futebol em primeiro lugar. Não a qualidade de Presidente. Não a qualidade de Solidário. Mas a qualidade de sócio. É futebol, ninguém leva a mal. É popular. E o Presidente é popular.
É o desporto de muitos, de todas as classes. Não é o desporto de todos. Não seguir a seleção não é ser anti-patriótico. Não seguir a equipa da terra, tantas vezes financiada por dinheiros de outras paragens e composta quase por inteiro por estrangeiros, não é renegar as origens.
É o desporto-negócio, que move políticos, empresários, empresas, interesse. Que muda agendas parlamentares para seguir jogos. Que nos deu o Euro 2004 e nos deixou estádios vazios para pagar. Que enche canais da RTP, da SIC e da TVI, em simultâneo, de horas de debates do absurdo, dos "casos" repetidos à exaustão, de análises e contra-análises, do diz que disse. O antes, o durante e o depois. A especulação e a discussão, a teima e a zanga, que parece impossível levar a sério. Mas eles levam-se a sério, há quem os leve a sério e quem receba a sério. Desporto em que o fair-play não abunda, em que enganar é uma arte que se aprende cedo, se pratica e se aprecia. O resultado é, afinal, o que mais importa.
O Euro 2016 está já aí ao virar da esquina, e diz-se que até somos candidatos. Se as coisas correrem bem não faltará palco. Também para o adepto-Presidente.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário