Sou contra a disciplina de voto. Empobrece a democracia. Empobrece a participação individual. Desresponsabiliza. Transforma pessoas em meros números. Insulta os eleitores. Contraria tudo que se apregoa sobe a importância de consensos, discussão, transparência. É um ritual de submissão. Falta um mecanismo pelo qual os eleitores possam retirar a confiança aos eleitos.
Podia continuar a adjetivar a coisa. Prefiro citar a a eloquente crónica de hoje de Pedro Santos Guerreiro, no Expresso: "Que dizer dos deputados que votaram contra a sua consciência? Que não a têm? Que dela abdicaram? Declarações de voto não valem um voto. A objeção ou é um exercício ou não é objeção, é plasticina. A disciplina de voto pode fazer sentido, mas não neste caso. Mas serve de capote para acomodar a cobardia sentada no Parlamento. A disciplina de voto tornou-se a disciplina de veto. Veto à própria Assembleia, que aprovara o processo legislativo, precisamente porque então houvera liberdade de voto. Ontem não houve liberdade. Escreveu-se torto por linhas tortas. Foi tudo triste. Tudo triste."
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