Liberdade.
De pensar.
De dizer.
De fazer.
Liberdade que precisa de ser alimentada.
No dia-a-dia.
Pela prática.
Por cada um.
Em qualquer lugar.
Se não, aos poucos, deixaremos de fazer.
Depois, calando, deixaremos de dizer.
E, por último, deixaremos de pensar.
"E seria tão fácil sair da temperatura morna e, mais do que ver, apalpar o real, senti-lo com as mãos. E depois mudar. Mudar devagar por dentro antes que tenha de mudar à bruta por fora. Afinal, a liberdade não falhou. A liberdade de expressão. A liberdade de pensar, a liberdade de dizer. E de votar. E de fazer? E de fazer. O 25 de Abril é hoje. Sempre."
Pedro Santos Guerreiro, no Expresso.
sexta-feira, 25 de abril de 2014
sexta-feira, 18 de abril de 2014
Divergir
Em tempos em que tanto se apregoa a necessidade de consenso e as soluções únicas; em que se consideram inoportunas, e até perigosas, as opiniões diferentes; em que se troca o debate aberto por monólogos ensaiados; em que divergir se torna sinónimo de falta de solidariedade; em que se privilegiam as yes-people, ou pelo menos, as people-who-don't-express-opinions:
"A verdade pode ser bastante desconfortável. Promover ativamente a dissensão e a diferença é uma mensagem radical, no entanto há provas gritantes da importância de estar em desacordo, tanto em termos de tomar melhores decisões como de chegar a soluções mais criativas. Pelo facto de termos agora este grande mundo de informação à nossa disposição, nem nos apercebemos da importância do ato de divergir." Noreena Hertz em entrevista ao Expresso.
"A verdade pode ser bastante desconfortável. Promover ativamente a dissensão e a diferença é uma mensagem radical, no entanto há provas gritantes da importância de estar em desacordo, tanto em termos de tomar melhores decisões como de chegar a soluções mais criativas. Pelo facto de termos agora este grande mundo de informação à nossa disposição, nem nos apercebemos da importância do ato de divergir." Noreena Hertz em entrevista ao Expresso.
quinta-feira, 17 de abril de 2014
Mind the gap
Descrições de Universidades na América; que também podiam ser, com algumas diferenças, de Universidades em Portugal ou noutras partes do mundo. Instituições que se tornaram mais complexas à medida que se foram interligando mais com outras partes da sociedade; à medida que foram diversificando a sua atuação; na mesma medida em que as regras aplicáveis a outros domínios das atividades económicas foram entrando nas universidades, questionando, em muitos casos, a sua autonomia.
Extratos de "A University for the 21st the Century", de James Duderstadt, no ano 2000, ao virar do século.
"We might think of a university much like a city. It has buildings and roads, parks and theatres, apartments and neighborhhods - and all require knowledgeable professionals capable of building and maintaining, operating and repairing the infrastructure for the academic programs of the institution.
(...)
In most large universities, staff members outnumber the faculty several fold [não é o caso em Portugal o que tem como consequência, desde logo, que docentes e investigadores desempenham um grande número de tarefas que não são centrais à sua atividade; o que se acentua pelo facto da resistência que ainda existe a delegar tarefas avançadas em pessoal não académico]. They are characterized by a great diversity of roles and activities, experiences, and qualifications. In many areas such as finance, health care and facilities senior staff members have educations and credentials every bit as extensive as faculty members.
(...)
Yet, one of the dilemmas faced in attracting and retaining outstanding staff is the relatively low degree of recognition and reward they usually receive within higher education. (...) Furthermore, the human resource development function in most universities lags far behind its corporate counterparts, with relatively little attention given to career advancement. [de como a "fuga de cérebros" pode ter lugar entre portas, seja por falta de capacidade de concorrer com outras instituições, seja por falta de uma estratégia própria destinada às pessoas, a todas as pessoas].
(...)
Yet there remain many signs of a widening gap between faculty and administrators on many campuses. The rank and file faculty sees the world quite differently from campus administrators. There are significant differences in perceptions and understandings of the challenges and opportunities before higher education. [distâncias que existem não só entre académicos e não-académicos, mas também entre áreas científicas, entre serviços, entre estruturas locais e centrais, entre diferentes categorias profissionais, entre as pessoas]."
Distâncias e barreiras são elementos perigosos na vida.
Mind the gap.
Extratos de "A University for the 21st the Century", de James Duderstadt, no ano 2000, ao virar do século.
"We might think of a university much like a city. It has buildings and roads, parks and theatres, apartments and neighborhhods - and all require knowledgeable professionals capable of building and maintaining, operating and repairing the infrastructure for the academic programs of the institution.
(...)
In most large universities, staff members outnumber the faculty several fold [não é o caso em Portugal o que tem como consequência, desde logo, que docentes e investigadores desempenham um grande número de tarefas que não são centrais à sua atividade; o que se acentua pelo facto da resistência que ainda existe a delegar tarefas avançadas em pessoal não académico]. They are characterized by a great diversity of roles and activities, experiences, and qualifications. In many areas such as finance, health care and facilities senior staff members have educations and credentials every bit as extensive as faculty members.
(...)
Yet, one of the dilemmas faced in attracting and retaining outstanding staff is the relatively low degree of recognition and reward they usually receive within higher education. (...) Furthermore, the human resource development function in most universities lags far behind its corporate counterparts, with relatively little attention given to career advancement. [de como a "fuga de cérebros" pode ter lugar entre portas, seja por falta de capacidade de concorrer com outras instituições, seja por falta de uma estratégia própria destinada às pessoas, a todas as pessoas].
(...)
Yet there remain many signs of a widening gap between faculty and administrators on many campuses. The rank and file faculty sees the world quite differently from campus administrators. There are significant differences in perceptions and understandings of the challenges and opportunities before higher education. [distâncias que existem não só entre académicos e não-académicos, mas também entre áreas científicas, entre serviços, entre estruturas locais e centrais, entre diferentes categorias profissionais, entre as pessoas]."
Distâncias e barreiras são elementos perigosos na vida.
Mind the gap.
quarta-feira, 9 de abril de 2014
Linhas com vida
Uma vida.
Um ponto.
Ponto que se desenrola.
Que se transforma em linha.
Reta, curva, quebrada.
Regular, irregular.
Delgada, espessa, clara, com sombra.
Tracejada. Interrompida. Retomada.
Vidas que são linhas.
Que pairam.
Que ondulam.
Que se intersetam.
Que se aproximam sem nunca se tocarem.
Que se acompanham.
Que se sobrepõem.
Que se separam.
Convergentes, divergentes, paralelas.
Modelares, modulares, normais.
Concêntricas, excêntricas.
Linhas no espaço.
Linhas em espaços.
Naturais.
Reais.
Imaginários.
Complexos.
Linhas no tempo.
Linhas no tempo presente.
Linha que volta a ser um ponto.
Entre o que foi já desenhado e o traço ainda por traçar.
Entre o ponto inicial e o ponto, que sem o saber, será final.
Linhas.
Pontos.
Vidas.
Um ponto.
Ponto que se desenrola.
Que se transforma em linha.
Reta, curva, quebrada.
Regular, irregular.
Delgada, espessa, clara, com sombra.
Tracejada. Interrompida. Retomada.
Vidas que são linhas.
Que pairam.
Que ondulam.
Que se intersetam.
Que se aproximam sem nunca se tocarem.
Que se acompanham.
Que se sobrepõem.
Que se separam.
Convergentes, divergentes, paralelas.
Modelares, modulares, normais.
Concêntricas, excêntricas.
Linhas no espaço.
Linhas em espaços.
Naturais.
Reais.
Imaginários.
Complexos.
Linhas no tempo.
Linhas no tempo presente.
Linha que volta a ser um ponto.
Entre o que foi já desenhado e o traço ainda por traçar.
Entre o ponto inicial e o ponto, que sem o saber, será final.
Linhas.
Pontos.
Vidas.
2014 - 1.º Trimestre: o degelo ainda não chegou.
Em 2014 identifiquei dez temas para o ano do Ensino Superior em Portugal. Acabou o primeiro quarto. Tempo de um breve olhar para o espelho retrovisor.
Alteração ao Regime Jurídico e redefinição do estatuto de autonomia.
Sai do congelador um par de vezes por ano, para fazer manchetes.
Ação 0 - Hibernação 1
Diferenciação entre ensino universitário e politécnico.
Aqui é mesmo arca frigorífica; não se conhece qualquer ideia.
Ação 0 - Hibernação 2
Reorganização da rede de ensino superior.
Sempre um dos favoritos do público. Alguma ação institucional mas de baixa temperatura.
Ação 0 - Hibernação 3
Modelo de financiamento.
Parce que irá ser estudado um dia. O atual data de 2003 e não é aplicado. "On the rocks".
Ação 0 - Hibernação 4
Execução orçamental.
Em análise com recurso ao super slow motion.
Cursos Superiores de Especialização.
Criada a possibilidade de criação dos ditos, por ação legislativa. Recebido com apupos.
Ação 1 - Hibernação 4
Regras para a definição de vagas.
Demoram a descongelar, impedindo qualquer ação que não seja reativa.
Ação 1 - Hibernação 5
Evolução da procura de cursos superiores.
Em análise apenas na segunda parte do ano.
Internacionalização e o Estatuto do Estudante Internacional.
Criado o Estatuto. Ações preparatórias em curso. Resultado a acompanhar.
Ação 2 - Hibernação 5
As pessoas. As que fazem a sociedade e que devem afirmar o que querem para o País.
Dever, devem. Ouvem-se algumas vozes. Nada suficientemente mobilizador.
Ação 2 - Hibernação 6
O degelo ainda não chegou.
Alteração ao Regime Jurídico e redefinição do estatuto de autonomia.
Sai do congelador um par de vezes por ano, para fazer manchetes.
Ação 0 - Hibernação 1
Diferenciação entre ensino universitário e politécnico.
Aqui é mesmo arca frigorífica; não se conhece qualquer ideia.
Ação 0 - Hibernação 2
Reorganização da rede de ensino superior.
Sempre um dos favoritos do público. Alguma ação institucional mas de baixa temperatura.
Ação 0 - Hibernação 3
Modelo de financiamento.
Parce que irá ser estudado um dia. O atual data de 2003 e não é aplicado. "On the rocks".
Ação 0 - Hibernação 4
Execução orçamental.
Em análise com recurso ao super slow motion.
Cursos Superiores de Especialização.
Criada a possibilidade de criação dos ditos, por ação legislativa. Recebido com apupos.
Ação 1 - Hibernação 4
Regras para a definição de vagas.
Demoram a descongelar, impedindo qualquer ação que não seja reativa.
Ação 1 - Hibernação 5
Evolução da procura de cursos superiores.
Em análise apenas na segunda parte do ano.
Internacionalização e o Estatuto do Estudante Internacional.
Criado o Estatuto. Ações preparatórias em curso. Resultado a acompanhar.
Ação 2 - Hibernação 5
As pessoas. As que fazem a sociedade e que devem afirmar o que querem para o País.
Dever, devem. Ouvem-se algumas vozes. Nada suficientemente mobilizador.
Ação 2 - Hibernação 6
O degelo ainda não chegou.
domingo, 6 de abril de 2014
Preparação para a batalha
Sobre a importância da preparação, do estudo, do cálculo, da competição, em versão de conselho militar. Evidências fáceis de esquecer no dia a dia, e que, ao sê-lo, apontam o caminho da derrota.
"O general que vence uma batalha faz muitos cálculos no seu templo antes da batalha ser travada. O general que perde uma batalha faz poucos cálculos antecipadamente. Assim, muito cálculos conduzem à vitória e poucos à derrota; e o que acontecerá se não se fizerem cálculos nenhuns! É tendo atenção a este ponto que eu consigo prever quem tem possibilidades de vencer ou de ser derrotado".
Sun Tzu, A arte da guerra
"O general que vence uma batalha faz muitos cálculos no seu templo antes da batalha ser travada. O general que perde uma batalha faz poucos cálculos antecipadamente. Assim, muito cálculos conduzem à vitória e poucos à derrota; e o que acontecerá se não se fizerem cálculos nenhuns! É tendo atenção a este ponto que eu consigo prever quem tem possibilidades de vencer ou de ser derrotado".
Sun Tzu, A arte da guerra
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