sábado, 22 de setembro de 2018

Nos cabeçalhos











News. Apenas 7 pontos no scrabble, se não conseguir atingir as casas que dão bónus. Palavra de pouco impacto, portanto. E, hoje, fico-me mesmo só pelo cabeçalho e pela introdução de notícias, sem ir mais além. Duas notícias, uma no Público e outra no Expresso.

"Investigadores criticam concurso da FCT que negou contrato a 3500 candidatos", lê-se no Público. Um concurso que negou contratos. Aos milhares. Contratos de investigadores. Independentemente das críticas, porventura justas, ao processo, às avaliações e, portanto aos resultados, há aqui um ... torcicolo. Com mais ou menos intenção. Por convicção do que devia, ou podia, ser, mas que não é. O concurso não se destinava a selecionar todos os que atingissem determinado patamar. O concurso não se destinava a avaliar o mérito absoluto. Destinava-se, como foi anunciado desde início, a celebrar 500 contratos. O número de contratos "negados" ficava assim apenas dependente do número de candidatos. Se foram 4000 os candidatos, 3500 não obtiveram contrato.

Não podemos punir nem temos qualquer quadro jurídico normativo exterior ao próprio espaço da universidade”, diz ao Expresso o Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) e Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Está a falar de praxes. De praxes más ou de excessos. Fruta da época. Em que muita será boa e alguma não o será de todo. Também aqui não está em causa o que as Universidades podem, poderiam ou deviam. O que está em causa é a contradição deste discurso com as normas das próprias instituições, de algumas delas, pelo menos. Por desconhecimento ou à procura de conforto. Duvido que tenha havido grandes alterações desde um tempo recente, em que o Presidente do CRUP era outro e de outra universidade, mas o discurso era o mesmo, e o jornal também. Não fui verificar. Mas reproduzo o que aqui escrevi em 21 de maio de 2017, há portanto pouco mais de um ano. Curiosamente, uma das instituições que referi era a ... UTAD.

"Os regulamentos disciplinares são elaborados e aprovados pelas próprias instituições, no exercício da autonomia disciplinar que lhes é conferida. E não são todos iguais. Sem ter feito uma pesquisa exaustiva, encontrei três que abrangem, de forma explícita, condutas dos estudantes "ainda que fora das instalações". Os das Universidades do Algarve, de Aveiro e de Trás-os-Montes e Alto Douro. E também com diferenças entre elas. O braço disciplinar das Universidades, pelo menos o de algumas, é mais longo, alcançando território exterior."
https://notasdasuperficie.blogspot.com/2017/05/o-mais-ou-menos-longo-braco-das.html