quinta-feira, 12 de julho de 2018
Distraídos
Público, 12 de julho de 2018.
Hoje.
"Ao que parece, a criação do Observatório de Emprego Científico terá sido uma ideia recente e que rapidamente foi colocada em marcha pelo Ministério da Ciência. “Fomos informados desta iniciativa pelo ministro [da Ciência] no início da semana. Difundi a informação que recebemos por todos os reitores, mas o assunto não foi discutido no plenário do CRUP [que foi ontem]”, referiu ao PÚBLICO António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP)."
Ideia recente, diz o jornalista.
Colocada rapidamente em marcha, reforça.
Informação recente, afirma o Presidente dos Reitores.
A sério? - pergunto eu.
É olhar para trás.
Rebobinando.
Muito.
2018, julho, 12.
2018.
2017.
2016.
2016, novembro,11.
Jornal de Notícias, 11 de novembro de 2016.
Há seiscentos e oito dias.
"Observatório do emprego científico vai monitorizar contratação de investigadores
Um observatório do emprego científico vai monitorizar a contratação de investigadores e professores do ensino superior, e divulgar periodicamente dados sobre os processos, indicou hoje, no parlamento, o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior. Manuel Heitor disse que os dados serão divulgados duas vezes por ano e que o observatório, para começar a funcionar em janeiro, resultará de uma colaboração entre a Direção-Geral do Ensino Superior, a Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência e a Fundação para a Ciência e Tecnologia. O ministro falava no parlamento, na apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado de 2017 para a ciência e o ensino superior, onde foi interpelado sobre o emprego científico."
No tempo que, entretanto, passou, podemos encontrar mais afirmações do Ministro, no mesmo sentido; e perguntas dos deputados sobre quando o Observatório começaria, de facto, a observar; e afirmações do Ministro sobre a necessidade de corresponsabilizar as Universidades; e as Universidades a solicitar garantias de apoio financeiro; e os bolseiros a protestar por nada de substancial estar a acontecer; e as associações e sindicatos também; e o Parlamento a demorar quase um ano a alterar a Lei; e esclarecimentos disto e daquilo; contratos-programa que não eram precisos mas sim, para tranquilizar as instituições; listas que não era preciso mas validar, mas afinal já é; e ... e ... e ...
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