O Público, o Expresso e creio que diversos outros meios de comunicação noticiaram, em título, destaque ou quadros informativos, que a Universidade do Porto (UP) foi a única universidade pública a preencher a totalidade das vagas disponibilizadas para o concurso de acesso ao ensino superior.
Essa informação não é verdadeira. A UP foi a universidade que mais se aproximou do pleno, tendo faltado pouco, muito pouco: 12 lugares em 4155. Totalistas apenas as Escolas Superiores de Enfermagem de Coimbra, Lisboa e Porto, instituições que têm uma natureza distinta.
Erros como estes ficam a dever-se, por vezes, a leituras apressadas ou à dificuldade de interpretar o real significado dos dados. No caso presente, a nota informativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior apresenta, para a UP, uma taxa de preenchimento de 100%. Este valor, obtido por arredondamento às unidades, está correcto. Mas o quadro que contém esta informação tem também o número de vagas e de colocados por instituição, e revela a existência de vagas não preenchidas. Os resultados, curso a curso, publicados em alguns dos mesmos comprovam isso mesmo.
Neste caso "preenchimento de 100% das vagas" não é igual a "preenchimento de todas as vagas". O destaque correcto seria "a UP preenche a quase totalidade das vagas" ou "a UP é a universidade com maior taxa de colocação". Títulos talvez menos fortes, mas correspondentes a uma informação mais rigorosa.
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