quarta-feira, 29 de maio de 2019

Portugal a Leste













A Europa é feita de muitas Europas. A da União Europeia, a que se quer unir à união e a outra. A do euro e a das moedas várias. A do espaço Shengen e a das fronteiras. A do eixo franco-alemão e a dos países disto e daquilo. A do pelotão da frente e a da cauda. A continental e a insular. A do Atlântico, a do Mediterrâneo, a do mar do Norte e a do mar Báltico. E, se olharmos para a bússola, a do Norte e a do Sul, a do Leste e a do Oeste.

Na Jangada de Pedra de Saramago, a Península Ibérica soltava amarras, oceano adentro. No Brexit ainda não escrito na pedra, o HMS Brittania afasta-se da Europa sem contudo se mover, fundeado que está do lado de lá da Mancha. Podia ser de la Mancha, com os seus cavaleiros da triste figura, mas é apenas do Canal, com outros figurantes e figurões como protagonistas.

Nesta Europa que se move, em pensamento ou realidade, por acasos vários ou por intenções deliberadas, Portugal encontrou um novo rumo. Decidiu deixar a companhia de Espanha. Decidiu, digamos assim, trocar de lado. Deixar os sonhos Atlânticos. Partindo em direção a Leste encontrou novas companhias, para lá do Adriático e chegando às margens do mar Negro.

Pela força do voto, ou pela falta dele. Não fazendo parte da Europa que vota mais, mas da que vota menos. Pelo menos no que se refere a votar na Europa da União, para esta Europa, por esta Europa.

Afluência nas eleições para o Parlamento Europeu, resultados provisórios em https://election-results.eu/:

31% Portugal
31% Bulgária
30% Croácia
29% República Checa
28% Eslovénia
23% Eslováquia

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