quarta-feira, 14 de maio de 2008

Fast-food televisiva

12 de Maio - Abertura dos noticiários da noite. O tema omnipresente nos três principais canais nacionais, RTP1, SIC e TVI, é novamente o futebol. Não é uma reportagem sobre os estádios do Euro2004, sobre os resultados do campeonato ou sobre os mais recentes casos disciplinares do futebol nacional. É um directo: a intervenção do “mister”, o estágio da selecção, as reacções de jogadores e dirigentes, os comentadores em estúdio.
A SIC optou por um formato mais comedido: 8 minutos para começar, seguidos de outros acontecimentos do país e do mundo, e voltando à carga ao passar da meia hora. A RTP1 alongou-se por 17 minutos, e com a promessa de, após o intervalo, voltar à selecção e ainda ao adeus de Rui Costa. A TVI foi mais longe conseguindo ocupar 22 minutos consecutivos, antes do futebol ceder lugar a Fátima.
Julguei que já tínhamos ganho o Europeu! Mas afinal, não. Era apenas o anúncio da lista de jogadores convocados para a selecção nacional, rumo ao Euro2008. Confesso que me escapa a relevância e a primazia conferida a estes directos.
Felizmente não estamos limitados a estas fontes de informação, que se repetem sem imaginação, quais monoculturas intensivas que transformam o solo em deserto, nem à ditadura das imagens em directo, que se desenrolam perante os nossos olhos. Há mais canais televisivos, jornais, rádio e Internet, com edições on-line e opiniões de muitos. Não temos que consumir a fast-food que nos oferecem.

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