O discurso dominante tem colocado o foco na necessidade de fazer mais: mais horas de trabalho, mais dias, usando menos recursos, com menores salários. Os principais atores políticos repetem-no constantemente.
Não duvido que haja caminho por fazer em termos de intensidade do trabalho; mas esta é uma via estreita, e que permitirá apenas algum ganho de competitividade por via de preços mais baixos. Ora não me parece que seja esse o caminho para criar uma economia desenvolvida e sustentável no médio prazo, até porque o nosso fator de escala é, e continuará a ser, pequeno em comparação com a maioria dos países.
Acredito que é fundamental fazer diferente. E fazer diferente requer conhecimento e imaginação; cultura e abertura ao mundo; confronto de ideias e experimentação; capacidade de assumir e gerir o risco. E fazer diferente requer lideranças e organizações que valorizem o mérito e a divergência; que sejam fontes de ignição e não amortecedores de iniciativa.
São domínios em que temos um óbvio défice, porventura muito mais grave que o orçamental. Mas que temos de superar: através de uma maior participação, de uma maior transparência e de mais humildade.
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