"Depois, deve animar os seus cidadãos a dedicarem-se paulatinamente às suas actividades, ao comércio, à agricultura, e a todos os outros labores humanos, e que um não tema embelezar as suas propriedade com receio de que lhe sejam tiradas, e que outro não tema abrir um comércio por medo dos impostos; mas, ao contrário, deve estabelecer prémios para os que queiram fazer essas coisas e para todo o que pense ampliar de qualquer modo a sua cidade e o seu Estado. Deve, além disso, nas fases convenientes do ano, manter ocupados os povos com festas e espectáculos. E porque toda a cidade está dividida em corporações ou em classes, deve ter em conta essas comunidades, reunir-se com elas alguma vez, dar de si exemplos de humanidade e munificência, conservando sempre firme, não obstante, a majestade da sua dignidade, porque isto não deve faltar em coisa alguma."
Em O príncipe, Maquiavel, Cap XXI - O que convém a um príncipe para que seja estimado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
O texto que seleccionaste é de uma espantosa pertinência e actualidade, Miguel, e nem parece ter sido escrito exactamente há quinhentos anos atrás. A política de hoje perdeu os seus Príncipes e Princípios. Como recuperá-los? Talvez regressando à origem da 'polis-ethica' [politica] e exigindo e praticando na nossa polis (cidade, bairro, trabalho ou casa) os Princípios (a ética) do ‘estímulo, do mérito, do cuidado, da dignidade e do exemplo’ que Maquiavel tão bem descreve. Depois é só escolher de entre os melhores e mais generosos praticantes os nossos novos Príncipes. Será assim tão difícil?
josé carlos mota
Enviar um comentário