quarta-feira, 12 de março de 2014

A insustentável leveza

A dívida é sustentável, dizem uns. A dívida é insustentável, dizem outros. Atos de fé, de auto-convencimento, de vontade, de desejo, de saber, de ignorância, ou uma mistura de tudo isto. Se acreditarmos que as palavras têm valor, e que os seus significados são importantes, tudo se torna mais perturbador, porventura mais claro. A começar pelo significado de sustentabilidade.

In Priberam: sustentável, adjetivo de 2 géneros, que tem condições para se manter ou conservar.

A dívida é sustentável.
A dívida tem condições para se manter ou conservar.
Eu não quero que a dívida se conserve.
Será que "eles" se ouvem?
Será que conhecem as palavras?
Será que estão anestesiados ou que querem anestesiar?
Podemos sempre reler Orwell e o uso da linguagem.

A dívida é pagável?

In Priberam: pagável, adjetivo de 2 géneros, que pode ou deve ser pago.

A dívida deve ser paga? Deve.
A dívida pode ser paga? Nos moldes atuais não me parece.
Como dizia o outro "é fazer as contas". E tornou-se um episódio.
Mas é preciso fazer as contas. E mostrá-las.
Não apenas até maio, mês símbólico para outra fé, em relógios avariados.
Contas até ao saldar da dívida.
Em anos, em anos-luz ou em anos-sombra.

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