sábado, 27 de maio de 2017

Capítulo 1











Noite de segunda-feira. Noite silenciosa, convidando à leitura. Abro o livro de capa branca e letras fortes, cheias, a preto e vermelho, enquadradas por linhas, também elas vermelhas. No título, é negra a palavra Revolução, e a ausência de líder é realçada a encarnado. A este junta-se o nome do autor e elogios, de John le Carré e do periódico britânico The Guardian. Passada já a introdução, é altura de ler o primeiro capítulo. Pouco mais de uma dezena de páginas. Lidas ainda antes da meia-noite.

Amanhece. É terça-feira, ainda cedo. As primeiras notícias vi-as em casa, online, na Lusa. Ataque suicida em Manchester, na noite anterior, à saída de um concerto. Duas dezenas de mortos, mais algumas de feridos. Muitos são jovens. O terror e o horror, de novo. De novo na Europa, de novo em Inglaterra. Fazendo eco em todos os jornais e em todos os canais. São horas de ir trabalhar, com as notícias ainda no pensamento.

Passou o dia. Fim de tarde, com calor de Verão. A informação vai sendo atualizada. O assassino-suicida terá já sido identificado. Britânico, nascido em Manchester, descendente de líbios, 22 anos apenas. Da mesma geração e idade de muitas das suas vítimas. 22 anos. Jovem. Nascido antes do 11 de setembro que mudou o mundo. Nascido antes da invenção do Daesh, criação de mentes perturbadas, e alimentada, certamente, por interesses vários, ocultos nas sombras.

Chego a casa. De repente, lembro-me: o primeiro capítulo! O capítulo que lia, em silêncio, praticamente à mesma hora em que acabava o concerto na Manchester Arena, e a alegria dava lugar aos gritos e ao desespero. Um capítulo sobre o nosso mundo, global, interligado, complexo, perigoso. E sobre a replicação de comportamentos, o impacto máximo, a acção individual. Escrito por um britânico. Diplomata de ofício. Página 35. Capítulo 1. "A onda mexicana e o bombista suicida".

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Criticamente











Escrever criticamente já passou por aqui. Simplificar por exigência do tempo, recurso não renovável, e limitado para cada um nós. Simplificar sem falsear. Simplificar sem induzir em erro. Uma tarefa tanto mais difícil quanto mais complexos forem os assuntos e quanto mais diversos forem os leitores.

Ler criticamente, para quem está do outro lado da escrita. Refletindo, comparando, pesando, contraditando. Sem aceitar apenas porque o rótulo invoca autoridade. Sem aceitar apenas porque reforça as nossas próprias convicções.

Comentar criticamente. Porque o conhecimento deve ser ativo. Porque permite corrigir erros, superar lacunas, abrir novas perspetivas. Em benefício de outros leitores. Permitindo continuar a construir sobre bases mais sólidas.

A European University Association (EUA) divulgou, este ano, mais um trabalho sobre autonomia universitária na Europa. Trata-se de uma atualização de trabalhos anteriores, desenvolvidos ao longo da última década, permitindo vislumbrar padrões e tendências. E contém uma sistematização da informação de cada País, traduzida em 29 perfis de países/regiões, elaborados em colaboração com entidades nacionais de cada um.

No caso de Portugal, o perfil publicado continha elementos que suscitavam dúvidas de interpretação, algumas imprecisões e também erros de facto. Que comentei, em detalhe. Em resposta, a EUA foi diligente, e promoveu, em articulação com o parceiro nacional, a reanálise do perfil Português. Desse processo resultaram alterações significativas nos domínios da autonomia organizacional e de recursos humanos, e também em alguns aspetos da autonomia financeira e académica, sendo, no geral, mais clara e mais correta. E já se encontra disponível a versão atualizada do documento (pág. 151-155).

Mais contributos precisam-se, sobre este ou outros documentos, dando uso ao conhecimento de cada um. Criticamente!

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Universidade(s) em debate - episódio 3

Primeiro debate, com moderador externo, entre as 6 (seis) listas de professores e investigadores que se candidatam ao Conselho Geral da Universidade do Porto. Disponível, para quem quiser ver, ou rever. https://www.youtube.com/watch?v=oxOw9kghvCw

Sinais daquilo que se considera importante.

Debate.
Transparência.
Divulgação para o exterior.
Participação de pessoas externas à Universidade.

Afnal, a sociedade é parte interessada das universidades públicas.
E o Conselho Geral é um órgão que inclui obrigatoriamente. por força da lei, membros externos à instituição, os quais serão cooptados pelos membros internos, eleitos.

Episódio 1, na Universidade do Porto:
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2016/10/universidade-em-debate.html

Episódio 2, na Universidade de Coimbra:
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2016/11/universidades-em-debate-episodio-2.html

domingo, 21 de maio de 2017

O (mais ou menos) longo braço das Universidades

Em artigo publicado no Expresso do passado sábado, 20 de maio, a propósito de atos, praticados fora de instalações universitárias, envolvendo pessoas-que-são-também-estudantes é interpelado, e citado, o Presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas:

Questionado pelo Expresso sobre a possibilidade de os jovens que protagonizam estes atos poderem ser sancionados pelas instituições de ensino a que pertencem, António Cunha enjeita a hipótese e frisa que a esfera de competências das universidades cinge-se às instalações das academias. "Fora disso não há qualquer alçada disciplinar por parte da universidade ou do reitor".

Ora, não é bem assim. Mas também não é uma resposta de Sim ou Não. De facto ... depende! Depende das Universidades. Os regulamentos disciplinares são elaborados e aprovados pelas próprias instituições, no exercício da autonomia disciplinar que lhes é conferida. E não são todos iguais. Sem ter feito uma pesquisa exaustiva, encontrei três que abrangem, de forma explícita, condutas dos estudantes "ainda que fora das instalações". Os das Universidades do Algarve, de Aveiro e de Trás-os-Montes e Alto Douro. E também com diferenças entre elas. O braço disciplinar das Universidades, pelo menos o de algumas, é mais longo, alcançando território exterior.

Se os acontecimentos específicos que suscitaram a entrevista são, ou não, abrangidos, é uma outra questão.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Sós ou acompanhados?















"Como se pode constatar (...) existem determinados aspetos que suscitam a opinião favorável dos conselheiros, que concordariam com a sua concretização no sentido de promover uma maior autonomia do conselho geral. É o caso da existência de um gabinete exclusivo de apoio administrativo aos membros do conselho geral e a existência de um gabinete dedicado ao apoio jurídico e técnico, que reuniu respetivamente 68% e 65% das respostas nos níveis de concordância (níveis 5, 6 e 7 da escala)." 

Oliveira, António Cândido; Peixoto, Paulo; Silva, Sílvia (2014), O papel dos Conselhos Gerais no Governo das Universidades Públicas Portuguesas: a lei e a prática, Imprensa da Universidade de Coimbra; Núcleo de Estudos de Direito das Autarquias Locais.

Leitura a propósito do funcionamento dos Conselhos Gerais das Instituições de Ensino Superior, que já entraram na sua terceira temporada. E que merece reflexão, abrangente, articulada com o pensamento sobre a restante organização e as demais estruturas. Autonomia e separação de poderes. Eficácia e eficiência. Racionalização ou racionamento. Apoio técnico, jurídico e não jurídico.

Apoio a Conselheiros. Conselheiros-Decisores, em tempo parcial. Em acumulação com as suas outras atividades "normais": professores e investigadores a ensinar e investigar; estudantes a estudar; trabalhadores não-docentes e não-investigadores desempenhando atividades nas mais variadas áreas; membros externos nos seus afazeres de origem. Conselheiros com experiências diversas e fragmentadas. Com conhecimentos parcelares. Com desconhecimentos.

Decisores sós ou acompanhados?
Por serviços dedicados ou transversais?
Com que dependência e a quem respondendo?

Questões que são mais do que aspetos de gestão corrente.
Respostas que influenciam a qualidade da governação.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A reforma por fazer

"O Ensino Superior mudou muito em apenas uma década. No entanto, paradoxalmente, a Lei que estabelece as bases do seu financiamento manteve-se inalterada na forma e quase votada ao esquecimento."
Artigo de opinião publicado, hoje, no Observador: http://observador.pt/opiniao/a-reforma-por-fazer/
O virar do século pertence a um passado ainda recente, mas que se vai esbatendo rapidamente com a velocidade dos dias. O euro dava então os primeiros passos; António Guterres era Primeiro-Ministro e a Europa apostava na Estratégia de Lisboa; um outro Papa visitou Fátima; o Facebook, o YouTube e o Twitter estavam por nascer. 
Esta mesma vertigem afeta quem trabalha no Ensino Superior: as Universidades de hoje são as mesmas de então; são as mesmas, mas são diferentes.
O português mistura-se agora com outras línguas, faladas fluentemente ou apenas arranhadas. Sons, rostos e hábitos dos novos estudantes, que chegam de paragens distantes. São já mais de 10%, os estrangeiros em várias universidades. Fruto da aposta Europeia na mobilidade e acelerado pelo Estatuto do Estudante Internacional.
Os currículos e os processos de aprendizagem vão-se modificando, induzidos pelo processo de Bolonha, pelas tecnologias, pela crescente formação secundária, pela preocupação com a empregabilidade. Os contextos são hoje mais variados, com ambientes reais ou simulados, estágios em empresas, desenvolvimento de projetos e participação em atividades de investigação.
Muitos cursos fecharam, outros foram modificados, alguns não chegam a abrir. Resultados da intervenção da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. Avaliação, acreditação, certificação, sistemas de garantia da qualidade e, em breve, avaliações institucionais, são parte integrante do quotidiano das Universidades.
O percurso dos docentes mudou. Começando no doutoramento, engloba solicitações sempre crescentes: docência, investigação, cooperação, divulgação da ciência, captação de fundos, gestão universitária. E é objeto de avaliação individual. Muitos professores, à imagem das Universidades, são também eles os mesmos, e são também eles diferentes. A renovação geracional não aconteceu e a média etária aumentou. 
Os órgãos das Universidades encolheram. Os Conselhos Gerais são de reduzida dimensão e abertos à influência exterior, incluindo, obrigatoriamente, pessoas externas à Universidade. Uma imposição do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (2007), que criou também a figura das Universidades-Fundação, caminho seguido até agora por cinco instituições, e que continua a suscitar grande controvérsia.
Estes breves traços mostram como o Ensino Superior mudou, e muito, em apenas uma década, em grande parte por ação externa e legislativa, sobretudo a partir de 2006.
No entanto, e de forma paradoxal, a Lei que estabelece as bases do financiamento do Ensino Superior, e que data de 2003, manteve-se inalterada na forma e, talvez por isso, quase votada ao esquecimento. Senão vejamos. Associa o valor das propinas à qualidade dos cursos; nunca aconteceu. Estipula que as propinas devem reverter para o acréscimo de qualidade no sistema; carece de demonstração. Consagra um financiamento por fórmula e com indicadores de desempenho; a última fórmula foi publicada em 2006, sofreu algumas mutações e sucumbiu, dando lugar a um orçamento em que o passado é quem mais ordena; captar estudantes, realizar melhor investigação ou ter um corpo docente mais qualificado deixou de ter relação com a dotação atribuída pelo Estado. A Lei foi assim desaparecendo, sem combate, com a conivência de Governos, Assembleia da República e Instituições de Ensino Superior.
Um registo nada abonatório que se estende a diversas tentativas de contratualizar financiamento e cumprimento de objetivos. Os contratos que foram celebrados com as primeiras três fundações não foram cumpridos pelo Estado. O Contrato de Confiança, que visava aumentar a frequência do ensino superior, passou rapidamente à história. Agora temos um novo contrato, para a legislatura em curso, que prevê mais estudantes de pós-graduação, maior captação de investimento privado e um “fundo de resolução” a cargo das Universidades. Por seu turno, o Governo compromete-se a não reduzir as dotações do Orçamento do Estado, a apoiar a criação de emprego científico e académico, e a reduzir a burocracia. Um contrato que parece fruto do receio dos tempos, do receio das Finanças, ou do pragmatismo, dirão alguns; um contrato ambicioso e estabilizador, dirão outros. 
As discussões e medidas parcelares, como os estímulos ao emprego científico, a política de propinas ou alguns destes contratos, até podem fazer sentido, em particular se não se esgotarem com o tempo político. Mas não proporcionam uma visão abrangente e coerente, nem um rumo, para o Ensino Superior. Os modelos de financiamento não são apenas uma forma de distribuir recursos. São um instrumento poderoso de atuação que permite estabelecer um verdadeiro acordo social de configuração de objetivos e de repartição de responsabilidades entre Estado, instituições de ensino, estudantes e demais parceiros. 
Esta é uma reforma por fazer. 

terça-feira, 16 de maio de 2017

Teamwork

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"Team Impact Award
Caltech is comprised of many teams working collaboratively to accomplish amazing things. In recognition of the great work of teams the Team Impact Award was introduced in 2016. The award recognizes and rewards those teams that make significant contributions to the work and mission of the Institute. Teams who receive the award should be able to demonstrate that their work impacted and supported the research and/or education programs at the Institute."

Caltech - California Institute of Techmology
http://www.caltech.edu/impactaward

quinta-feira, 11 de maio de 2017

FDS com FFF em CSI? TTS-FFD!

Vem aí um FDS com FFF em termos de CSI. Calma! Este não é um texto de jargão sobre as mais recentes previsões económicas, a evolução da dívida, a conversão de maturidades, as flutuações das taxas de juro ou o peso da despesa pública. Não é um texto sobre ratings e rankings internacionais, nacionais ou institucionais. Nem é um texto de antevisão sobre as próximas temporadas de séries de investigação criminal. Comecemos então pelo princípio, porque há coisas que ainda são o que parecem. FDS é mesmo Fim de Semana! E este até é maior, para alguns. Em Aveiro já o seria, bem antes da anunciação da vinda do Papa, porque é o dia de Santa Joana Princesa, feriado municipal. Para outros, funcionários públicos, foi decretada uma tolerância de ponto. Portanto um fim de semana. O que é bom! Mas saltemos em frente. CSI. Comunicação Sem Interrupções, Comunicação Sempre Interminável, Conversas Super Intensas, ou em alguns casos, receio, Conversas Sem Inteligência. Tudo dependerá do ponto de vista. É o que nos espera neste fim de semana e, seguramente, com repercussões durante, pelo menos, toda a próxima semana. Ou mesmo mais. E porquê? Vamos então ao miolo. Porque vai ser só FFF. Fátima, Futebol e Festival da Eurovisão. Acontecimentos de milhões. De pessoas e de euros. Vividos e celebrados por muitos. Antecipados, vistos e revistos. Seguidos ao segundo. Em câmara lenta, Em alta definição. Ao vivo. Do palco principal e dos bastidores. Opinados. Interpretados. Comentados à exaustão. Por especialistas, adeptos, devotos e fãs. Discutidos. Prós e Contras. Nós e os outros. Eu não irei a Fátima, nem à Luz, nem a Kiev. Mas, pensando bem, isso é capaz de não chegar. Julgo pois ter chegado o momento de fazer TTS-FFD. Time to shtudown for a few days. Over and out.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Legal matters matter

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"The Legal Office deals with any matter which has, or could potentially have, any legal implication/consequence to the University of Malta and/or any of its group of companies.

It provides on-going legal advice on a variety of issues concerning University matters to the principal officers and/or the Senior Executive Committee of the University of Malta, including the Rector, Pro-Rectors, Secretary, Directors, Deans, Deputy Deans, Heads of Department, members of academic staff and members of industrial, technical and administrative staff.

The Legal Office deals with a multi-faceted spectrum of areas/branches/fields of law ranging from Employment (Labour), EU (particularly funding), Public Procurement, Intellectual Property Rights, Company, Fiscal and Administrative to collective bargaining, criminal (particularly copyright infringement and/or counterfeiting) and civil matters (particularly in relation to disputes concerning immovable property). The Office comprises a Litigation Department which predominantly handles cases of a civil and criminal nature. 

The Legal Office drafts all contracts and agreements which are eventually signed by the University's legal representative, the Rector. It also draft regulations, statutes, legal notices, bye-laws and any other legal instruments and/or policies for the University of Malta or any of its entities including Faculties, Institutes, Centres and Foundations. 

The Office also liaises with other offices and departments within the University in project management, policy-making and in the formulation of its strategic plan."

University of Malta
https://www.um.edu.mt/about/services/admin/legalservices

sexta-feira, 5 de maio de 2017

116 nós











Seria uma viagem a 215 km/h, se fossem milhas náuticas.
Seria um grande sarilho, se estivessem todos cegos.
Seria uma grande rede, se fossem unidos.
Serão apenas pontos, se soltos.

116 são as instituições portuguesas de ensino superior, de acordo com a informação disponível no Portal Study in Portugal, Direção-Geral do Ensino Superior.
(http://www.studyinportugal.edu.pt/index.php):
54 privadas e de ensino politécnico.
23 privadas e de ensino universitário.
21 públicas e de ensino politécnico (incluindo 1 de âmbito militar).
18 públicas e de ensino universitário (incluindo 4 de âmbito militar e policial).
Várias instituições públicas de ensino universitário têm também unidades de ensino politécnico.

Formam aquilo a que se convencionou chamar a rede do Ensino Superior. Questionada de tempos a tempos, de forma errática, sem suficiente reflexão, com escassa fundamentação, sem grandes consequências nem projetos de transformação assinaláveis. Ao sabor de tendências, de conceitos ou de preconceitos, de visões ou de causas avulsas. Estas Notas começam a ter História, registando algumas destas ondas, que dão à costa e recuam, que vão andando por aí à espera de melhores dias, que entram terra adentro transformando a paisagem e a vida. Ondas e protagonistas, exigindo atenção e reflexão. Porque nem tudo é apenas espuma. Para que nem tudo seja apenas espuma.

Sobre a Rede propriamente dita, ou, mais apropriadamente sobre as redes, linhas e nós, cruzamentos e ligações, fortes, fracas ou inexistentes.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2012/11/a-rede-i.html

Há universidades, leia-se "públicas", a mais? Há quem diga que sim, sem dizer porquê e para quê.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2012/01/ha-universidades-mais.html

A magia dos números, números mágicos, ou números habilidosos. Uma universidade por cada 2.000.000 habitantes.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2012/01/numeros-magicos.html

Números que fazem opinião. Números com uma origem. Ver para crer.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2012/01/numeros-magicos-episodio-2-fazer.html

Crescimento Sustentável. Com ou sem uma plataforma por trás. Fusão, extinção, associação de instituições. Racionalização.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2012/12/a-rede-ii-ainda-nao-foi-desta-que-veio.html
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2013/01/a-rede-iii-para-reduzir-turbidez-das.html

Primeiro, as fusões. Fusões que, pelo menos até agora, se devem enunciar no singular. Fusão. Entre as Universidades de Lisboa e Técnica de Lisboa. Mais junção do que fusão.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2011/11/ainda-as-fusoes.html

Depois, o tempo dos consórcios. Entre Universidades parece ir existindo apenas um, a Norte, com o Porto, Minho e Trás-os-Montes e Alto Douro. Apesar de em tempos se ter anunciado iniciativa semelhante ao Centro, com Aveiro, Coimbra e Beira Interior.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2015/02/o-tempo-dos-consorcios.html

O mito da especialização. Pessoas especializadas, instituições especializadas, cidades especializadas, regiões especializadas, talvez países especializados.
http://notasdasuperficie.blogspot.pt/2014/01/o-mito-da-especializacao.html

Boas leituras, a quem quiser navegar por estas Redes!

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Communication build-up

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"The communication strategy must contribute to accomplishing the University’s strategy, mission and vision.This is done through pursuing the following overall strategic objectives:
  • The communication strategy must help build, develop and maintain a positive image for the university and its education programmes and research through efforts guided by clear and consistent master brand- and sub-brand narratives – both in terms of public opinion in general; in terms of image among stakeholders (internally, in private and public organisations and at the political level) and not least, in terms of helping the university’s research and researchers move up the reputation spiral.
  • The communication strategy must contribute to meeting the University’s business objectives / budget figures for target number of applicants and admitted students, share of international student FTEs etc. for the strategy period.
  • The communication strategy must contribute to meeting the University’s business objectives / budget figures for securing external research funding for the strategy period.
  • The communication strategy must contribute to the University communicating efficiently, consistently, openly, and credibly and in keeping with the University’s values as well as best practice for professional communication."
"Advisory Role
The person in charge of media and stakeholder communication holds a vital role as a advisor to the Board of Directors, administration and researchers in questions concerning external and internal communication, media and stakeholders, as well as acting as co-writer and sparring partner on debate contributions, feature story suggestions and commentaries."

IT University of Copenhagen, Communication strategy 2012-2016
https://en.itu.dk/~/media/dk/om-itu/vaerdier-strategi-og-grundprincipper/kommunikatiosstrategi-20122016webpdfpdf.pdf?la=en

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Professor escreve-se com "P"














É importante ter Bons Professores. É importante ser Bom Professor. Assim dito terá, por certo, aprovação generalizada, em todos os quadrantes e a todos os níveis. Mas o que se valoriza, realmente, nas Universidades e na Sociedade? Valorizar, de conferir valor. De conferir mais ou menos valor, quando em comparação com outros aspetos.

Porque as solicitações são muitas. E as regras ditam caminhos. E o ambiente induz caminhos. Publica, para progredir na carreira. Publica, para ter reconhecimento dos pares. Obtém projetos. Colabora com empresas, para obter receita; talvez até para receber dinheiro, como incentivo. Investiga e colabora muito e poderás ter, talvez como prémio, menos aulas, e menos alunos, a não ser de doutoramento e colaboradores de pós-doutoramento. Para alimentar o círculo virtuoso. Para poderes ser mais produtivo. Os melhores investigadores investigam. Os melhores empreendedores empreendem. Produz menos e terás mais aulas e mais alunos, talvez como punição. Aulas, parece que qualquer um "dá". Ou assim parece ser entendido em muitas conversas, à boca pequena ou mesmo de viva voz, em políticas e normas, em concursos e progressões. Deixando para trás o aparente consenso, polidamente e politicamente correto.

Afinal, como é possível que Professores sejam Bons Professores, sejam também os melhores, criem Escola, de modo consistente e duradouro, sem, pelo menos, o mesmo nível de reconhecimento, informal e formal?  Como se alia, de facto, ensino e investigação? Como se coloca "o estudante no centro"? Como podem os Professores competir com os investigadores a tempo inteiro, nas oportunidades de carreira que surgem? Como se dinamizam e equilibram, afinal, Universidades, que são muito, mas muito mais, do que centros de investigação?

Esta é também uma preocupação da Liga Europeia de Universidades de Investigação (assim denominada porque é composta por algumas das melhores "universidades de investigação"), assumida em documento oficial. Com análise, boas práticas e recomendações de âmbito europeu, nacional e, claro, institucional. Porque muitas das barreiras estão no interior de cada Universidade.

"The most important internal barrier to educational excellence is the attitude towards teaching vis-à-vis research. Teaching is often regarded as a personal matter, and for a long time quality oversight and systematic enhancement were not customary. Professors may not encourage early career staff to invest much time in innovative teaching, because an academic career (tenure and promotion) depends largely on research results and publications. Primacy for research over all other activities (leadership, teaching, administration) is deeply embedded. Since the competition for research money at the national and European level has become much harder, even less time remains for teaching and its preparation."

"Academic careers are largely defined by excellence in research, particularly in research-intensive universities. In order to balance research and education in recognition and career opportunities, universities have developed many new policies and practices. These include: specification of teaching quality criteria for promotion, incentive programmes for joining (national) teaching academies, or defining career paths for strong academics who invest heavily in teaching. In the process of recruitment and promotion of academic staff, universities increasingly take track record and portfolios for teaching into account."

"The enhancement of high-quality education and excellence in teaching and learning require lasting, consistent and sustained leadership in research-intensive universities, in order to keep all the elements discussed in this section high on the policy agenda. University leadership should strongly promote the integration and relatedness of teaching and research as an essential characteristic of the university. Strong leadership is particularly required in the current context of external pressures and threats to separate education and research in national policies, of eroding funding for higher education, and of strong bureaucratic pressure due to regulation and accountability requirements."

"To summarise, LERU member universities recognise the need to:
(...) Regard excellent teaching and education-focused scholarship as activities on a par with excellent research; Reward and promote excellent university teachers and education-focused leaders; (...)"

"Recommendations:
(...) Universities should reward excellent teaching and create additional incentives for outstanding teaching and leadership of student education, providing high quality educational leadership programs appropriate for different disciplines. (...)"

League of European Research Universities (2017), Excellent education in research-rich universities
http://www.leru.org/files/publications/LERU_Position_Paper_Excellent_Education.pdf