sábado, 13 de fevereiro de 2016

No Reino da Dinamarca

Dinamarca. Menos de seis milhões de habitantes, mesmo contando com a pequena Sereia. País desenvolvido, ocupando a quarta posição de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano. A despesa em educação aproxima-se de 9% do Produto Interno Bruto, o valor mais elevado da OCDE. Sistema sem propinas para estudantes nacionais e da união europeia; com propinas de 6 000 a 16 000 euros para os restantes. 4.º lugar no ranking de sistemas nacionais de ensino superior Universitas 21. Várias Universidades com prestígio internacional. Universidade de Copenhaga, a maior, com 40 000 estudantes, dos quais 4 000 internacionais, ocupa o 82.º lugar no ranking do Times Higher Education. Casa de Niels Bohr, físico, um de oito galardoados com o Prémio Nobel.

Verão do ano passado. Os cortes orçamentais chegam ao setor da educação, até então poupado. E chegam para ficar. 2% ano durante os próximos quatro anos. Uma surpresa que não constava da agenda do Partido Liberal. Com argumentos que mostram que, afinal, ser número um nem sempre interessa: gastar a mesma fração do PIB do que a Suécia ou a média da OCDE permitiria uma enorme poupança. Ou de um modo ainda mais cru, nas palavras do Ministro da Educação e Ciência "Nobody is going to convince me that the higher education institutions that today are 'kornfed' cannot tighten up". Mais de 20 000 estudantes nas ruas de Copenhaga, em protesto.

Janeiro de 2016. O orçamento leva cortes de 6% à Universidade de Copenhaga. Quase 70 000 000 euros. Fevereiro. Notícias com menos de uma semana. As consequências imediatas. Mais de 500 trabalhadores deixarão a Universidade. Docentes, Investigadores, Trabalhadores dos Serviços. A entrada de estudantes de doutoramento será reduzida em 10%. A viabilidade de manter programas em ciências médicas, que exigem equipamento dispendioso, e de pequenos programas de línguas está em análise.

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