domingo, 7 de novembro de 2010
Visões de um futuro presente
Era uma sexta à noite, como tantas outras. O pequeno restaurante típico, não mais do que dez mesas e balcão esgotando o espaço, encontrava-se cheio de clientes. Desta vez havia algo de diferente; as conversas não pareciam remeter para as notícias que passavam na televisão, para o próximo jogo de futebol, para o balanço da semana ou para a noite que se iniciava, como seria hábito nos clientes habituais. As palavras que soavam eram incompreensíveis, as sonoridades remetiam para paragens distantes, a língua dominante era oriental. Dois grupos jantavam, com ar festivo. Os pedidos frequentes eram intermediados pelo filho mais novo, que alternava sem dificuldade entre o chinês e o português, revelando assim uma já longa presença em Portugal. Afinal não eram turistas. Eram apenas mais uns habitantes locais, jantando fora, numa sexta-feira.
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