O Presidente da República resolveu falar do valor da reforma do cidadão Aníbal Cavaco Silva, como no passado já o havia feito em relação à cidadã Maria Cavaco Silva.
Lembrou-nos que não pode acumular o vencimento correspondente às funções que exerce com duas reformas a que tem direito: como professor universitário e como trabalhador do Banco de Portugal. Foi pena não nos ter dito que achava bem tal impedimento!
Lamentou-se do valor da primeira reforma, a menor, e que é de 1300 euros; sim, Sr. Presidente, ouvimos bem: 1300 euros. Pareceu achar pouco. Não sei se lê jornais mas Manuela Ferreira Leite escreveu, em novembro, "É profundamente errado que se crie na opinião pública o sentimento de que os reformados recebem as suas pensões a título de generosidade por parte da sociedade. Como se as pensões lhes fossem atribuídas pelo Estado! Como se vivessem à custa do Estado e dos impostos dos cidadãos! O sistema de reformas resulta de quadros legais, ao abrigo dos quais os trabalhadores ao longo da vida contribuíram mensalmente (...)".
Mas talvez o Presidente estivesse apenas a criticar o governo, a troika, as medidas de austeridade, e a alteração de regras, que colocam em causa compromissos, frustram expetativas e goram planos de vida. Se essa era a intenção então perdeu uma oportunidade e não fez justiça à fama de rigor extremo no uso da palavra.
E mesmo ignorando o valor da segunda pensão que lhe é devida, o Presidente, como é seu apanágio, tem poucas dúvidas: o montante total não será suficiente para pagar as despesas.
À imagem do País, o Presidente vive acima das suas possibilidades.
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