Muito se fala de transparência, verdade e virtudes afins. Mas pratica-se pouco.
Um bom exemplo é a apregoada discussão em torno da racionalização da rede do Ensino Superior. Apregoada, mas que, como verdadeira discussão, é inexistente. Senão vejamos. A posição do Governo nesta matéria é desconhecida. Sem comentários! A posição dos partidos não vai além de uns quantos soundbytes tentando compaginar racionalização (leia-se redução de custos), com aumento do acesso, desenvolvimento regional e compromissos locais. Ou seja, sem fazer opções. Artigos de opinião são raros, para além dos que recentemente versam a fusão de duas universidades em Lisboa, o que em si é um mero pormenor da rede, ou a redução da oferta de cursos, questão bastante diferente. Não foram realizados, ou não são conhecidos, estudos que vão para além da compilação de dados do que hoje existe, e que atinjam o "porque existe", o que "poderia existir" ou mesmo o que "gostaria que existisse". Repete-se que temos instituições a mais; e volta-se a repetir; e repete-se porque se ouviu dizer; e passa a ser uma "verdade" comum. Mas não se questiona. Não se pergunta: Para que queremos as instituições? De que instituições precisamos? Onde precisamos delas? Apontam-se alguns dados soltos e comparações internacionais avulsas, com eco na comunicação social, mas sem a devida sustentação.
Vale a pena olhar "lá para fora", com olhos de ver, e também refletir sobre o que se vê. Em Inglaterra o Governo elaborou e submeteu a discussão pública (11 de junho a 11 de setembro de 2011) o "Higher Education White Paper - Students at the Heart of the System". E publicou agora a sua resposta aos contributos recebidos. Eis um extrato da publicação: "We will further stimulate competition in the sector by reducing the ‘numbers’ criterion for university title from 4,000 higher education students to 1,000. This will widen access to university title for smaller, high quality providers". Aumentar a competição permitindo a existência de universidades pequenas mas de elevada qualidade (até soa estranho entre nós). Pode-se concordar ou discordar. Mas essa é a vantagem de se ter ideias, de as discutir e de as comunciar de um modo eficaz. Caso contrário sobra o ruído.
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