Muito do conhecimento disponível não é, pura e simplesmente, utilizado nas decisões do dia a dia, na gestão, na política.
Desde os primeiros níveis de ensino até ao ensino superior é frequente ouvir estudantes dizer "isso é matéria de outra disciplina", "já demos isso, mas foi no ano passado", "não é para saber porque não sai no teste".
É a valorização do conhecimento efémero, descartável, que não se transforma em sabedoria, sabedoria de saber. Do conhecimento instrumental para passar ao próximo nível no jogo do ensino. E que o próprio modelo de ensino, em conjunto com a falta de colaboração entre professores, propaga; um modelo fragmentado à partida, deslaçado entre matérias e níveis, e ao sabor de cada docente. "Aprenderam assim mas aqui agora é assado", "já deviam ter dado isto", "esqueçam o que aprenderam".
A propósito dos bons resultados que as escolas de gestão têm obtido em classificações internacionais, João Duque, Presidente do Instituto de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, escreve hoje, no Expresso: "Mas se as escolas de gestão portuguesas são tão boas, por que razão temos os indicadores económicos tão em baixo? Dá vontade de perguntar se esquecemos os ensinamentos das aulas, se são os custos de contexto, se a economia pública, ou se pura e simplesmente fazemos como S. Tomás...".
E não é só na gestão que isto acontece.
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