Sustentabilidade; austeridade; crescimento; défice estrutural; exportações.
Imperativo nacional; estratégia; consenso; construção do futuro.
Credores; parceiros; culpados; virtuosos; aliados.
Crentes; descrentes.
Patriotas.
Apregoam-se frases feitas.
Responsáveis; ex-responsáveis; futuros responsáveis; os que pairam por aí.
Comentadores; políticos em trânsito televisivo; jornalistas.
Pessoas comuns, no trabalho e na rua.
Vendem-se lugares que se tornaram comuns.
Há quem os compre, por convicção ou à falta de melhor.
Esperando que o poder da palavra crie uma realidade alternativa.
Invoca-se a necessidade de reformar o Estado, mas não se debate o papel do Estado.
Somam-se parcelas subtrativas, em busca de um resultado mágico.
Mas a meta, o compromisso, o designío, permanece inalcançável.
E então anunciam-se outras metas, sempre irrefutáveis.
E diz-se que o rumo é certo.
Cortar, cortar sempre.
A direito ou a torto.
Com demagogia.
Com intocáveis.
Há quem queira um estado mínimo.
Miragem de um Estado Bonsai.
Miniatura com harmonia.
A mão empunha a tesoura.
Sem visão, sem arte, sem tempo.
Aprendizes de feiticeiros.
Há quem queira um estado máximo.
Tudo ao alcance de todos.
Aconchegante e indolor.
A mão procura, em vão, o que distribuir.
Sem visão, sem arte, sem tempo.
Aprendizes de feiticeiros.
Os "outros", tão seguros como os "uns".
Enformar? Reformar? Deformar? Cercear?
Estado.
Insuflado por uns.
Esmagado por outros.
Puxado em diferentes direções.
Cambaleando.
Frankenstado.
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