quinta-feira, 5 de março de 2020

Doze Anos, Doze Dias - 2010

Photo by Markus Spiske on Unsplash











Dia 3.
Foram muitas as leituras.
Por vezes resultaram em Notas.
Sobre o ensino superior, sobre os professores e a profissão.
Aqui viajando quase cinco séculos, quinhentos anos (!), até outros dias.
Entre a permanência e a mudança, nesta linha que se desenrola.
Passado, presente, futuros.


Posições vitalícias vs. vitalidade das posições
17 de novembro de 2010

Uma petição às Cortes, na Espanha do século XVI, onde os professores de posição mais elevada eram nomeados para toda a vida, declarava:

"Pedimos a Vossa Majestade que as cadeiras nos estudios de Salamanca e Valladolid sejam concedidas, não de forma vitalícia, mas só de forma temporária, como acontece na Itália e noutros sítios, porque quando são atribuídas de forma vitalícia surgem muitos problemas e complicações, especialmente entre aqueles professores que, tendo tomado posse da sua cadeira, não se preocupam nem com estudar nem com ajudar os estudantes. Mas quando as cadeiras são temporárias, há muitas vantagens porque os docentes procuram voltar à sua cadeira, para aumentarem os seus salários e para terem maior audiência estudantil."

"Uma história da universidade na Europa", vol. II - "As universidades na Europa Moderna (1500-1800)", W. Rüegg (coordenador geral).

Interessante esta última referência à busca pela audiência estudantil como factor de reconhecimento do mérito; algo que à luz dos códigos de hoje seria considerado um "indicador de desempenho" integrado num qualquer sistema de avaliação.

Imaginemos uma cadeira ministrada por vários docentes; imaginemos que os alunos não são distribuídos burocraticamente por turmas de acordo com padrões de distribuição de serviço pelos docentes e de ocupação do espaço; imaginemos que os alunos possuem liberdade de escolher o mestre com quem querem aprender; imaginemos que se tiram consequências das procuras abundantes e das procuras escassas; imaginemos ...

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