Os dirigentes partidários parecem não ter consciência da realidade e, como tal, continuam entretidos em jogos palacianos, em manobras de bastidores, em metáforas e soundbits não se sabe para consumo de quem. Com eleições à vista desprezam o fundamental e valorizam o acessório. É difícil conceber pior mas, já me disseram, pior é sempre possível!
Recorramos então a metáforas. A nossa jangada de pedra, já providencialmente (para nuestros hermanos, claro) separada da Espanha, ostenta um rombo de grandes dimensões; é lançado o SOS e aproxima-se um navio de intervenção rápida, com instrumentos de socorro mas sem almoços grátis; só que a bordo da jangada reina a maior confusão; os mais fortes discutem ferozmente a dimensão do rombo, enquanto a água continua a subir, e travam duelos pela duvidosa honra de futuro capitão de um destroço marítimo rebocado por terceiros, à deriva ou mesmo irremediavelmente afundado; outros tripulantes reclamam o direito a embarcar num cruzeiro, mesmo sem posses para pagar a passagem; outros ainda dizem que temos de esperar, pois em breve soprarão ventos de mudança; ou mesmo que, por virtude de alterações climáticas, a água virá a descer e o rombo perderá a sua importância. A realidade é uma interrupção aborrecida!
Mas basta ouvir o tom de preocupação, e de crescente irritação, cada vez mais eneralizado em pessoas que acompanham e comentam a área económica, como Helena Garrido, Nicolau Santos, José Gomes Ferreira ou Martim Avillez, para perceber a gravidade de situação.
Não é com uma tripulação de marinheiros de água doce que conseguiremos passar pela tempestade. Precisamos de uma equipa de navegadores que mantenham a jangada à tona, que tapem o rombo, que reparem a cobertura, que remendem as velas e que consertem o leme, enquanto duram os escasssos mantimentos que a força de intervenção nos deixou, antes de rumar a outras paragens, afastando-se da perigosa confusão. Procuram-se voluntários!
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1 comentário:
Grande imagem!... O problema é que alguns destes marinheiros de água doce já há 6 anos que pilotam o barco, ... e continuam a aguardar ventos de mudança!
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