A Comissão Europeia emitiu recentemente, em finais de setembro, uma comunicação intitulada "Supporting growth and jobs - an agenda for the modernisation of Europe's higher education systems" [COM(2011) 567 final], bem como um documento de trabalho contendo alguma da informação de base utilizada.
Um dos dados que impressiona, e que ilustra bem a situação em que Portugal se encontra, é o que se refere à fracção de pessoas do grupo de idade 30-34 anos que concluiram algum nível de formação superior (pelo menos o antigo bacharelato). Em Portugal é de 23,5% (valor de 2010).
Há 10 anos era apenas metade desse valor, o que mostra o trabalho que tem vindo a ser feito. Mas está bem longe da média da União Europeia (33,6%); longe também do objectivo traçado a nível comunitário e nacional para 2020 (40%); atrás de muitos dos países que aderiram mais recentemente à UE, como a Polónia que em 10 anos passou de 12,5% para 35,3%; à frente apenas da Eslováquia, República Checa, Itália, Malta e Roménia; isto para não falar da distância que nos separa de países como a nossa vizinha Espanha (40,6%) ou como a recordista Irlanda (50%). Os dados são do Eurostat.
Estamos a falar de portugueses que nasceram no final da década de 70; que atingiram a maioridade entre 1994 e 1998 (altura da grande expansão do sistema de ensino superior nacional); que têm mais de 30 anos de vida activa pela frente; e dos quais apenas 1 em 4 concluiu algum grau de ensino superior.
Matéria a ter em conta quando se fala do modelo de desenvolvimento português; matéria a ter em conta quando se fala, recorrentemente, em mudanças no sistema de ensino superior, na oferta, no acesso, no financiamento; matéria a ter em conta para agir!
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