sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Notas passadas: Tv-hardcore

Em 2011, com Khadafi, como em qualquer outro ano da era da comunicação-imagem, tendo como personagens Ceausescu ou Hussein, ou pessoas de quem nunca viremos a conhecer o nome. Como em 2000, ano em que escrevi o texto que se segue, a propósito de outras mortes, as de Ansumane Mane e de um jornalista, cujo nome de momento não recordo...

Tv-hardcore

Em poucos dias os telejornais mostraram imagens violentas relacionadas com a morte de um jornalista e com a morte de um militar. Para além do choque que a violência causa, foi também chocante, em ambos os casos, o modo como essas imagens entraram em nossas casas: às 20h00, com direito a grandes planos de corpos deformados, sem pré-aviso, sem "bolinha encarnada", sem direito a escolha! Como parecem fúteis as discussões sobre a violência e os horários de filmes ou de determinados programas infantis, quando os comparamos com um dos espaços mais violentos da televisão de hoje. Felizmente existem alternativas à imposição da "TV-hardcore": a rádio, os jornais, a internet. Pela minha parte já as uso cada vez mais.

Publicado no jornal Público

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