O Orçamento de Estado para 2012 vai significar, pelo que foi já anunciado, e em particular para muitos trabalhadores em funções públicas, um ponto de rutura: uma perda de poder de compra que poderá atingir os 25 a 30%, quando comparado com 2010.
Senão vejamos: manutenção do corte salarial introduzido no corrente ano (que foi, em média, 5%), dois meses a menos de remuneração (representando, só por si, um corte de cerca de 14%), redução das deduções em sede de IRS (muito variáveis de agregado para agregado mas que provalemente não representarão menos de 3-4%), aumento de impostos (IVA, IMI, combustíveis), aumento de tarifas (energia, transportes), inflação.
E isto sem contar com eventuais medidas que o Governo venha a anunciar em 2012, em resultado do que por cá se passar e, também, em função do que se passar no resto do mundo (e que, como de todas as outras vezes, serão as últimas e redentoras medidas); sem contar, também, com uma possível subidas de taxas de juro, caso algumas economias comecem a recuperar; sem contar, ainda, com a perda de remuneração por eventual passagem a regime de mobilidade; sem contar com o desemprego.
Consequência imediata e brutal: recuaremos subitamente a um nível salarial do século passado, mas ainda imersos numa realidade do século XXI, que se irá reajustando, com bens e serviços a que iremos perdendo acesso, com qualidade que se irá deteriorando, com desemprego e recessão.
Um escuro e longo túnel. Incerto. Em que fazemos de aprendizes de feiticeiros, tentando descobrir a saída. Esperando que o túnel não se transforme numa espiral descendente.
Dizem que haverá uma luz ao fundo do túnel, mas ninguém parece saber onde está o interruptor...
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